quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

-----A NOSSA CASA

Eu sempre volto na nossa casa


Naquele nosso cantinho de prata

Onde tantas coisas ficaram guardadas

Onde tanta paixão ficou enterrada.





Sempre que eu posso, eu passo por lá

Vasculho os entulhos

Procuro por lembranças

Encontro esperanças.





Ninguém mais foi viver lá

A nossa casa agora é vazia

Parece que está trancada

Mesmo estando desabada.





Passo sempre por lá

Encontro fragmentos do tempo

Adoro recordar que a gente foi feliz

Que o amor era a nossa única diretriz.





Procuro engenheiros para de novo projeta-la

Mestres de obra para acompanha-la

Pedreiros para reerguê-la

Você para habitá-la.





Procuro por nosso amor

Que no desabamento foi soterrado

Procuro por seu carinho

Que nos escombros ficou guardado.





Quando vou lá

Sinto que nada morreu

Que dentre os destroços

Você ainda é meu.







A nossa casa mesmo destruida

Guarda um retrato fiel

Do que foi a nossa vida

Digna, verdadeira e divertida.





Volte lá também

Procure por quem lhe fez feliz

Por quem tanto lhe quis

Por mim, que nunca lhe esqueci.





Em cada canto que você entrar

Estarei a lhe esperar

Em cada parede reerguida

Meus olhos a lhe penetrar.





Volte lá!

Nossa casa há de nos guardar

Em cada metro quadrado

Em cada cômodo reformado.





Em cada quadro emoldurado

Estaremos nós, como no passado

Em cada objeto

A razão do nosso afeto.





Volte, atravesse de novo aquela porta

Passe a chave ao entrar

Prometo, estarei lá

Sempre a lhe esperar!!!!!







SILVANA DUBOC