Eu sempre volto na nossa casa
Naquele nosso cantinho de prata
Onde tantas coisas ficaram guardadas
Onde tanta paixão ficou enterrada.
Sempre que eu posso, eu passo por lá
Vasculho os entulhos
Procuro por lembranças
Encontro esperanças.
Ninguém mais foi viver lá
A nossa casa agora é vazia
Parece que está trancada
Mesmo estando desabada.
Passo sempre por lá
Encontro fragmentos do tempo
Adoro recordar que a gente foi feliz
Que o amor era a nossa única diretriz.
Procuro engenheiros para de novo projeta-la
Mestres de obra para acompanha-la
Pedreiros para reerguê-la
Você para habitá-la.
Procuro por nosso amor
Que no desabamento foi soterrado
Procuro por seu carinho
Que nos escombros ficou guardado.
Quando vou lá
Sinto que nada morreu
Que dentre os destroços
Você ainda é meu.
A nossa casa mesmo destruida
Guarda um retrato fiel
Do que foi a nossa vida
Digna, verdadeira e divertida.
Volte lá também
Procure por quem lhe fez feliz
Por quem tanto lhe quis
Por mim, que nunca lhe esqueci.
Em cada canto que você entrar
Estarei a lhe esperar
Em cada parede reerguida
Meus olhos a lhe penetrar.
Volte lá!
Nossa casa há de nos guardar
Em cada metro quadrado
Em cada cômodo reformado.
Em cada quadro emoldurado
Estaremos nós, como no passado
Em cada objeto
A razão do nosso afeto.
Volte, atravesse de novo aquela porta
Passe a chave ao entrar
Prometo, estarei lá
Sempre a lhe esperar!!!!!
SILVANA DUBOC
Por onde as palavras me levam
Há 3 dias